A carreira médica sempre exige atualização, de modo que é essencial continuar aprendendo e estudando. Entretanto, certos fatores podem levar também a um desejo de mudança, como o surgimento de novos interesses, a possibilidade de novas atuações e oportunidades financeiras.
Sabemos que a mudança de especialidade não é uma decisão simples, uma vez que ela implica investir dinheiro e muitas horas de estudo. Por isso, se o(a) colega médico(a) sentir que este é o momento ideal, nós vamos ajudar nessa transição.
Preparamos este post para falar sobre o que deve ser considerado antes de mudar de especialidade. Acompanhe!
Saiba o que considerar antes de mudar de especialidade
Vários fatores devem ser levados em conta ao escolher uma nova especialidade para atuar. Eles podem vir de diversas frentes, como limitações legais, pessoais e econômicas. Sem analisar cada uma delas, uma decisão sólida não é possível. Entenda melhor.
Desafios da carreira médica
As carreiras médicas apresentam especificidades únicas em relação às demais profissões. Afinal, há uma regulação intensa da atividade para garantir que os melhores serviços sejam prestados à população. Nossa profissão lida com os bens mais preciosos de um indivíduo: a saúde e o bem-estar. Com isso, vem uma grande responsabilidade.
Nesse sentido, o treinamento prático e a bagagem teórica são imprescindíveis. Assim, qualquer mudança de especialidade implica o fato de o(a) médico(a) precisar se dedicar por milhares de horas. Para o registro de uma nova especialidade (RQE), há dois caminhos possíveis.
As residências médicas
Elas demandam uma dedicação integral durante dois a cinco anos, por no mínimo 60 horas semanais. A aprovação nas seleções de residência é muito difícil e demanda centenas de horas de preparação.
Nesse período, possivelmente não haverá muito tempo para plantões e outras fontes de renda, ficando restrito a cerca de R$2.900 da bolsa de residência após os descontos de tributos.
A obtenção do título de especialista
Para isso, é preciso ser aprovado em um rigoroso processo seletivo, composto por duas etapas de prova. Nela, todo o conteúdo teórico de uma especialidade é cobrado, o que demanda, no mínimo, um ano de preparação com muitas horas de estudo semanal.
Além disso, para ter direito a fazer a prova, será preciso comprovar uma experiência prática duas vezes maior do que a residência daquela especialidade. Por exemplo, a residência de psiquiatria dura três anos. Então, a experiência comprovada deverá ser de seis anos.
A grande vantagem desse caminho é que ele não impede um retorno financeiro maior, além de permitir uma transição mais suave. É possível atuar na sua especialidade original enquanto realiza treinamentos na nova área para acumular experiência, o que inclui pós-graduações com estágio e práticas voluntárias ou remuneradas em hospitais.
Isso permite ter tempo livre para plantões e se preparar para a prova de título de especialista.
Limitações legais
O Conselho Federal de Medicina estabelece algumas limitações para o exercício das especialidades médicas. Por exemplo, um médico não pode:
- anunciar mais de dois títulos de especialista, mesmo que tenha um número a mais registrado;
- registrar duas especialidades diferentes que tenham o mesmo pré-requisito. Por exemplo, gastroenterologia e endocrinologia não têm entrada direta e apresentam como pré-requisito o título de clínica médica. Logo, o médico não pode registrar ambas.
O cenário do mercado
Como é uma decisão muito complexa, é preciso certificar-se de que o mercado está favorável à mudança. É necessário fazer uma análise que leve em consideração os cenários em curto e longo prazos.
Para isso, atente-se sempre ao surgimento de novas tecnologias, às novas demandas sociais e culturais, às tendências epidemiológicas das doenças, entre outros fatores.
Condições pessoais
Este talvez seja o principal fator a se observar. Afinal, frequentemente o panorama externo é positivo, mas o profissional enfrentaria muitos obstáculos para implementar uma mudança na carreira. Isso não significa que ele deve ficar resignado com a estagnação.
Pelo contrário, é preciso criar um plano de carreira que permita um cenário favorável à troca de especialidades. Para isso, ele deve:
- fazer uma reserva financeira para os momentos em que tiver de reduzir a carga de trabalho para se dedicar à nova área;
- preparar familiares e amigos para uma eventual dificuldade de dar a devida atenção;
- preparar-se para momentos de maior estresse e sobrecarga.
Confira algumas tendências de especialidades para os próximos anos
Há determinadas especialidades cuja demanda deve continuar em crescimento nas próximas décadas. Veja algumas delas.
Dermatologia
A dermatologia sempre foi uma especialidade bastante promissora, e a cada dia ela ganha mais espaço. Isso se deve a pelo menos dois motivos:
- a preocupação com a estética cresce significativamente em homens e mulheres, jovens e idosos. À medida que novos tratamentos e procedimentos são desenvolvidos, as clínicas de dermatologia estética ganham novos clientes;
- as neoplasias da pele são as mais prevalentes e grande parte delas pode ser tratada com cirurgia ambulatorial pelo próprio dermatologista. Ou seja, sempre há uma reserva de mercado estável em relação às patologias.
Psiquiatria
Nos últimos anos, houve um crescimento da prevalência de transtornos mentais, como a depressão e a ansiedade. Isso se deve à maior exposição a fatores de risco, como o estresse, a poluição ambiental e sono insuficiente.
Além disso, houve uma intensa campanha de informação sobre diferentes doenças para romper com o estigma e incentivar à procura por tratamento médico.
Na internet, a conscientização a respeito do sofrimento mental é cada vez maior. Assim, muitas pessoas identificam seus transtornos precocemente e iniciam um tratamento psiquiátrico oportuno. Desse modo, a demanda por essa especialidade continuará crescendo à medida que mais pessoas têm acesso à informação de qualidade.
Ademais, as pessoas estão cada vez mais preocupadas com o bem-estar psíquico. Desse modo, os profissionais podem atuar também na promoção da saúde mental e na prevenção de doenças. A própria especialidade oferece áreas de atuação registradas promissoras, como a psicoterapia e a psicogeriatria.
Seguindo essas recomendações, sua transição de carreira médica para uma nova especialidade será muito mais tranquila e segura. Essa é uma decisão difícil e complexa, de modo que é preciso analisar profundamente todos os fatores.
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Juntos, somos mais fortes!
Prezado(a) colega médico(a), divulgue este conteúdo para seus colegas médicos. Vamos valorizar o título de especialista registrado no CRM, pois essa ação trará melhoria para a medicina brasileira, além de alertar a todos para a exigência do CFM.
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O médico pode atuar em todas as especialidades médicas sem restrições. Contudo, o Conselho Federal de Medicina (CFM), por meio do artigo 117 do novo Código de Ética Médica, exige do profissional que divulga sua especialidade em anúncios de qualquer ordem que, junto ao nome, inclua, também, seu número do Conselho Regional de Medicina (CRM), com o estado da Federação no qual foi inscrito e o seu Registro de Qualificação de Especialidade (RQE). Caso o médico não cumpra essa norma, estará sujeito a um processo ético administrativo junto ao CRM, visto que se trata de uma infração ao Código de Ética Médica.
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