A prova de título de especialista em Psiquiatria é um dos caminhos que pode ser trilhado pelo médico que deseja ter registrar um Registro de Qualificação de Especialista (RQE). Desde 2011, o Conselho Federal de Medicina (CFM) exige esse cadastro para que o profissional possa se denominar e se divulgar como psiquiatra. Caso contrário, ele pode estar sujeito a consequências do exercício ilegal da profissão.
A prova é aplicada pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e é uma das mais rígidas entre as especialidades. Ela se constitui de 3 etapas:
- prova objetiva de 50 questões;
- prova discursiva com 5 questões;
- prova prática com uma entrevista psiquiátrica supervisionada e subsequente arguição pelo examinador.
Portanto, é preciso se preparar bastante para ser aprovado. O conteúdo programático é extenso, mas há sempre temas mais frequentes. E é sobre isso que vamos falar na sequência, caro(a) colega médico(a). Boa leitura!
Qual é a importância da prova de título de especialista em Psiquiatria?
Como dissemos, a prova de título de especialista em Psiquiatria é um dos caminhos possíveis para o registro do RQE em Psiquiatria. Outra possibilidade é a conclusão de um programa de residência médica em Psiquiatria devidamente registrado no CFM e no Ministério da Educação e Cultura.
A aprovação na prova permite que o candidato possa se registrar nos Conselhos Regionais de Medicina como especialista. Com isso, o profissional poderá exercer sua profissão com segurança e anunciar devidamente sua qualificação em redes sociais, papéis timbrados, entre outros.
Quais são os principais temas da prova?
Como toda prova na área da Medicina, o conteúdo programático é muito extenso. Por esse motivo, o candidato precisa ter bastante foco nos estudos para ser aprovado. A melhor forma de garantir uma jornada eficiente é priorizar os temas que caem com mais frequência, além de conhecer o estilo das questões da prova.
Afinal, os exames têm um viés que precisa ser analisado. Por exemplo, há aqueles que cobram mais a fisiopatologia de uma doença, enquanto outros priorizam a apresentação clínica e o tratamento.
No caso da ABP, o candidato deverá dar bastante atenção à entrevista clínica e saber aplicar os critérios diagnósticos dos manuais mais utilizados.
Entrevista psiquiátrica
Certamente, esse é o ponto mais importante para o candidato, visto que há uma etapa eliminatória que avalia exclusivamente esse critério. A habilidade primordial do candidato deve ser a de conduzir uma entrevista psiquiátrica humanizada e ética.
Portanto, mais que um conteúdo teórico bruto, o(a) colega médico(a) precisará saber demonstrar a capacidade de transformá-lo em uma consulta adequada para o transtorno de cada paciente. Assim, as técnicas de linguagem e comunicação médicas serão essenciais.
Além disso, é preciso saber conduzir uma entrevista mesmo diante de quadros desafiadores, como pacientes esquizofrênicos com alterações de pensamento.
O passo mais importante aqui é conhecer e aplicar, de modo estruturado, uma anamnese psiquiátrica com a coleta de todos os dados importantes para a formulação de uma hipótese diagnóstica e um planejamento terapêutico.
Semiologia psiquiátrica e psicopatologia
Além disso, em todas as etapas, exige-se o domínio dos principais conceitos semiológicos da Psiquiatria. Todos os dados colhidos na entrevista deverão ser organizados sistematicamente em uma linguagem técnica.
Por isso, será preciso compreender e descrever tecnicamente as mais diferentes apresentações de sinais e sintomas dos transtornos mentais em relação a pontos como:
- estado de consciência;
- atenção;
- orientação;
- aspecto geral;
- atitude;
- comportamento;
- linguagem;
- afetividade;
- sensopercepção;
- pensamento;
- memória;
- vontade e pragmatismo;
- inteligência;
- insight.
Depois disso, será preciso que o candidato saiba sistematizar a apresentação clínica e a história do paciente em um diagnóstico sindrômico. A partir disso, ele deverá associá-lo às principais categorias nosológicas, a fim de estabelecer uma conduta que o permita realizar um diagnóstico diferencial entre as causas psiquiátricas e não psiquiátricas.
Por fim, ele demonstrará sua capacidade de realizar os diagnósticos etiológicos e nosológicos mais adequados à situação. A prova exige que o candidato vá muito além de enquadrar a situação do paciente em uma doença do DSM.
Interface da Psiquiatria com as demais especialidades
Em muitos casos, síndromes psiquiátricas podem ser causadas por doenças orgânicas — como hipotireoidismo —, intoxicações, reações medicamentosas, distúrbios metabólicos, entre outros. Assim, o candidato precisará reconhecer:
- as manifestações clínicas de doenças psiquiátricas — a psicossomática é cobrada frequentemente nas provas;
- os efeitos colaterais dos medicamentos mais usados em Psiquiatria.
Quais são os assuntos mais cobrados na prova de título em Psiquiatria?
Falamos bastante sobre as habilidades cobradas, visto que é uma prova com um viés prático muito forte. Agora é o momento de mencionarmos as entidades nosológicas mais frequentes.
Dependência química
Nos últimos anos, a dependência química foi responsável por um quarto de todas as questões da prova. O candidato precisará reconhecer os seguintes aspectos desse grupo de transtornos:
- fisiopatologia;
- epidemiologia;
- fatores de predisposição e de proteção;
- abordagem multidisciplinar do dependente químico;
- alterações clínicas da dependência química;
- abordagem familiar e social;
- psicoterapia;
- psicofarmacologia.
Transtornos ansiosos
O tema corresponde geralmente a um quinto das questões da prova, pois são alguns dos transtornos mais frequentes na população geral. O candidato poderá se aprofundar nos seguintes temas:
- epidemiologia;
- diagnósticos sindrômico, diferencial e nosológico;
- diagnóstico e classificação da gravidade de acordo com critérios do DSM-5 e do CID-10;
- comorbidades psiquiátricas e clínicas;
- tratamento psicoterápico e psicofarmacológico.
Transtornos do humor
Apresenta uma frequência e uma forma de cobrança bem semelhantes às dos transtornos ansiosos. Aqui, o candidato precisa focar bastante o raciocínio epidemiológico e o diagnóstico diferencial entre transtornos bipolares, depressivos e de personalidade.
Psicofarmacologia
A psicofarmacologia também é tema importante da prova, apresentando uma abordagem independente da terapêutica dos transtornos. Nesse sentido, exige-se que o candidato saiba:
- a farmacocinética e a farmacodinâmica dos psicofármacos, como mecanismos de ação, posologia, entre outros;
- interação medicamentosa com os fármacos mais utilizados na clínica;
- sinais e sintomas de intoxicação;
- efeitos colaterais e seu manejo.
Temas de frequência intermediária
Os quatro temas acima representam cerca de dois terços da prova. Então, é interessante dedicar a mesma proporção de tempo de estudo a eles. Essa é a melhor forma de garantir a aprovação. Depois disso, pode-se dedicar a temas com frequência intermediária, como:
- transtornos do sono;
- transtornos da personalidade;
- transtornos alimentares;
- esquizofrenia;
- transtornos do puerpério;
- emergências psiquiátricas;
- TDAH e autismo.
Assim, o candidato deve reservar outros 25% do seu tempo na sua rotina de estudos a esses temas, pois eles também são muito importantes para a aprovação. Em relação aos demais assuntos do edital, que são ainda mais raros, eles podem receber
Além disso, devido à pandemia, é possível que muitos temas relacionados ao seu impacto na saúde mental sejam cobrados.
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O médico pode atuar em todas as especialidades médicas sem restrições. Contudo, o Conselho Federal de Medicina (CFM), por meio do artigo 117 do novo Código de Ética Médica, exige do profissional que divulga sua especialidade em anúncios de qualquer ordem que, junto ao nome, inclua, também, seu número do Conselho Regional de Medicina (CRM), com o estado da Federação no qual foi inscrito e o seu Registro de Qualificação de Especialidade (RQE). Caso o médico não cumpra essa norma, estará sujeito a um processo ético administrativo junto ao CRM, visto que se trata de uma infração ao Código de Ética Médica.
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